terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O encantamento - Minha Mãe

Terceira Postagem

Essa postagem eu irei relatar o dia a dia e a dificuldade que passávamos. Primeiro tenho que explicar um pouco sobre a fuga da minha mãe para lá, um pouco da vida dela, as decisões que ela tomou, e também explicar a vida que nós tínhamos no Brasil em comparação com o que tivemos lá.

A família da minha mãe, durante anos, foi bastante rica, tiveram muito dinheiro, e em meados da década de 90 tudo que tinham, simplesmente virou pó, nesta época minha mãe já era casada e vivia com meu pai, minha irmã era recém nascida e eu tinha quatro anos. Ela havia graduado recentemente da faculdade, Relações públicas e meu pai já era formado à cerca de 10 anos em engenharia civil. Eles viviam bem até a eleição do Color e toda aquela loucura que a maioria das pessoas contam dessa época, depois de muito tempo na luta, com o plano real, meus país resolveram mudar para uma cidade na Bahia chamada Ilhéus, por dois motivos, primeiro pela minha saúde, sempre tive problemas de saúde sérios, principalmente problemas Asmáticos e alérgicos, então, nesta época, 1994 eu tinha 7 anos o Brasil estava prestes a conquistar seu tetra campeonato mundial de futebol. E o segundo motivo era o de mudar de vida, sair de Goiás tentar viver do turismo, em Ilhéus, e realmente sair desse estado que não prosperava diferente do turismo na Bahia.
Então mudamos, foi uma mudança difícil, pra mim principalmente, apesar de tudo ser em função minha e da minha irmã, as amizades nesse lugar era bem complicado, era uma cidade pequena e as pessoas, como eu sempre fui ahuaha “moreno” e ainda mais goiano, caramba aqueles bahianos acabavam comigo, sempre fui muito tímido, mas não vem ao ponto. Vou focar mais na vida dos meus pais.
A primeira decisão deles foi abrir um negócio, meu pai disse, vou abandonar minha profissão (ele era engenheiro civil), “está tudo muito ruim vou montar meu próprio negócio”, então meu pai na onda do turismo montou uma locadora de veículos, Rent a Car. Foi à segunda locadora de Ilhéus, pois bem, não durou muito tempo, em 2 anos o turismo não ia bem, com o dólar do plano real 1 real por dólar, os turistas europeus se afugentaram do Brasil. Então ele resolveu montar outro negócio, um boteco, o “Filé Miau”, mania de goiano achar que bahiano gosta de boteco igual goiano gosta de barzinho. Por bem ou por mal, essa historio de boteco até que deu certo por 1 ano e tals, mas depois ele se cansou dessa vida. Nesse meio termo, minha mãe, pensou em voltar a estudar, ela sempre adorou estudar, ela se virava lá dando aulas de inglês, sendo independente do meu pai, e sempre foi, então resolveu prestar vestibular na universidade federal de ilhéus. Prestou para Letras, simplesmente ela ficou em primeiro lugar no vestibular. Toda empolgada e motivada, ela foi frustrada pela ignorância do meu pai. Na época tínhamos a locadora e também tínhamos o bar, meu pai negou a ela um carro para ir a faculdade que ficava a 20 km da cidade, isso a frustrou de tal forma que ela se quer matriculou no curso.
Nesse meio tempo, isso já final de 1996, início de 1997, meu pai além de lidar com o boteco começou a mexer com venda de veículos e frequentemente ele comprava carros em Goiânia e trazia para Ilhéus para revender por um preço melhor, e assim durante esse ano nós fomos vivendo, além da renda do bar, já havia fechado a locadora e vendido os veículos que possuíamos. Essa era a justificativa de negar a minha mãe o direito de estudar na Federal de lá, pois ai, ela teria de ficar com outro carro e meu pai não poderia vender o carro.
Uma coisa que era marcante na minha mãe era sua admiração pela cultura americana e os EUA, todo filme, ela falava que queria mudar pra lá e chamava meu pai para morar lá, mas ele nunca gostou dos Eua e falava, “ir pra lá pra ser Cucaracha!! Ta louca?”
Bom ao longo desse ano as coisas entre eles não iam muito bem, pois bem, no final do ano meu avô, pai do meu pai, sofreu um acidente e quebrou a perna, então em dezembro de 1997, voltamos a morar em Goiânia, dessa vez com meus avós, pois, estávamos quebrados, então meu pai cuidava do meu avô doente da perna, minha mãe auxiliava eles, enquanto aguardávamos a finalização de um apartamento nosso no setor pedro ludovico em goiânia. Por bem, sogra e nora morando no mesmo teto não daria certo, então a construtora nos pagou um apartamento no setor marista e começamos a morar nesse pequeno apartamento de 2 quartos, mas que se reduzia a um porque o outro estava a nossa mudança.
Nessa mesma época, meu pai não conseguiu de forma alguma um emprego em Goiânia, todas tentativas falharam, então, por sorte ele conseguiu um emprego em Aracaju, Sergipe. Lá o salário era o dobro do daqui e dava condição dele enviar dinheiro e sustentar agente parcialmente, minha mãe, que nunca ficou parada, vivia trabalhando o dia todo dando aulas de inglês para indústrias como Imperial, Pepsi e cursos de inglês. Ela se matava de trabalhar e tirava uma renda satisfatória pra ajudar nas despesas em casa.
Depois de mais ou menos 6 meses meu pai estando em Sergipe, nós fomos visita-lo e passamos 20 dias com ele lá, voltou de lá pê da vida, descobriu alguns rolos dele lá com mulheres, tava pê da vida... bom com isso meu pai desesperou ficou por lá mais 3 meses e voltou a morar com agente.
Por sorte conseguiu um emprego aqui em Goiânia que ganhava cerca de 60% do que ele ganhava lá em Aracaju, e graças a deus saímos do edifício de um quarto que morávamos para nosso apartamento no setor pedro ludovico. Nesse período as coisas melhoraram. Minha mãe e meu pai juntos tinham uma renda melhor, além da renda do arrendamento da fazenda, então ela buscou melhorar sua remuneração pelas suas aulas e seu conhecimento ela quis iniciar uma especialização em Línguas estrangeiras, então fez uma pos-graduação em inglês se não me engano. Só que ai, dessa vez não era em uma federal, e sim numa universidade paga, então meu pai negou a ela qualquer tipo de ajuda financeira e disse que ela teria de se virar com o que ela ganhava para pagar a especialização, que era aproximadamente R$ 600 por mês. Esse foi o desencadeamento de um mau relacionamento, nesta época era 1999, virada para 2000, depois de um tempo ela concluiu sua pós-graduação, ambiciosa, ela não queria parar por lá, queria viajar pros Eua e fazer um curso de especialização em inglês para executivos, então no final de 2000 ela viajou pra lá.
Então meu pai querendo fazer uma média com ela, tentando sustentar melhor o casamento e não deixar as coisas piorarem, pagou pra ela parte da viagem ou tudo, não sei ao certo esse detalhe, então ela foi. Era um curso de dois meses. Ela foi, e meu pai ficou, o que eu percebia era que ele saia toda noite ... vai lá saber o que procurava hauhauah. Em fim... Durante esse tempo, ela fez seu curso conheceu os EUA e então se apaixonou, ficou de boca aberta. Ela falava assim “Felipe lá as pessoas são respeitadas, a mulher é independente, bem paga, as pessoas respeitam as mulheres, não é igual aqui no Brasil, você trabalha e recebe bem, e do jeito que as coisas vão entre eu e seu pai, acho que nosso casamento não vai durar muito.” Ela voltou determinada em separar do meu pai e ir em busca de seu sonho, fazer uma especialização nos eua, um MBA e ser totalmente independente e construir uma vida lá.
Posso pular a parte do divórcio, que não vem ao caso.
Então vamos direto para o pós divorcio, a venda dos imóveis que eles tinham conquistado em alguns dias, como terreno e do carro dela, ela juntou 30 mil reais e ai viajou com a minha irmã pros eua, quando chegou lá ficou com uma prima do meu pai que já morava por lá. Minha mãe já tinha providenciado a documentação necessária para iniciar o curso de MBA dela, e então mudou para uma cidade muito violenta nos Eua. Mas por sorte, ela conheceu uma família maravilhosa, e trabalhou como baby sister para eles, e com uma graça divina eles receberam minha mãe e minha irmã para morar com eles, e elas saíram da cidade violenta e foram morar com eles, essa família era um casal onde o marido era dentista e mulher dele ficava em casa cuidando das crianças com o auxílio da minha mãe. Minha mãe simplesmente adorou eles, e eles amaram ela e minha irmã, tanto que eles até emprestaram em torno de 10 mil dólares pra ela para não precisar de parar sua especialização MBA: International Trade. Ela além de cuidar dos dois filhos desse casal viajava toda semana 250 km até Providence, RI para assistir as aulas e voltava para lá. Era uma vida bem difícil. Depois desse ano que foi 2002, no final dele eu cheguei e ela teve de abandonar eles e conquistar sua vida em outra cidade, que eu mencionei anteriormente, Stanford, Connecticut.
Em Stanford, minha mãe passaria nos EUA sua pior e mais difícil fase da vida, para vocês terem noção, o aluguel do apartamento de 1 quarto, 1 sala e uma cozinha, era de R$1200 dólares, que era divido entre ela e a sua amiga Magda, minha 3º Mãe. Quatro pedaços de bife, onde morávamos era 9 dólares, coisas essenciais naquela região custavam horrores, tudo era muito caro, então em compensação minha mãe tinha de trabalhar muito mais para sustentar o adolescente de 16 anos e a filha de 12 e ela mesma, além de ter de pagar sua faculdade que era US$2000 por mês. Se imaginem nessa situação. Minha mãe trabalhava cerca de 80 horas semanais além de estudar. E o mais impressionante, as notas delas todas, eram A ou A+, era realmente, fantástico o que minha mãe fazia e ganhando em média 15 dólares a hora.
Coitada, além de tudo isso ela tinha de viajar os 200km toda semana para Providence, RI. E custear o combustível, que na época, recém atentando WTC, cara o petróleo havia disparado tudo estava inflacionado. Se não bastasse minha irmã e eu vivíamos em pé de guerra, nós tínhamos de cuidar da casa, pois ela e a minha 3ª Mãe viviam trabalhando e nós, como apenas estudávamos, tínhamos de arrumar e limpar a casa, lavar as louças, arrumar a nossa bagunça, e eu tinha que ter tempo de manter meu vício ocupado, Counter-Strike!! Hahaha
Bom mas as coisas não eram na maioria das vezes organizada assim, pois, eu e minha irmã brigávamos por um motivo, o computador, só existia um e eu tinha de alimentar meu vício, então nós dois brigávamos tanto por isso, mas como eu era maior, mais velho e mais forte, ela não atrevia a tanto, as vezes sim, mas não a maioria das vezes, então em resposta a isso, ela não arrumava N-A-D-A lá em casa, não arrumava mesmo deixava tudo sujo e tudo bagunçado, e eu “infantil” só fazia minhas obrigações, e geralmente ela sempre deixava as louças todas sujas, então como se não bastasse além das duas mães trabalharem que nem loucas, elas chegavam super-hiper-cansadas e ainda tinham de fazer jantar e lavar as louças.
Minha mãe diversas vezes chorava na hora de ir dormir porque não agüentava tanta pressão sobre ela, era muito difícil, algumas vezes eu acordava e fazia carinho nela pra ela acalmar.
A 3º Mãe coitada, conversava com agente direto pra vê se melhorava, mas minha irmã, ela era f-o-d-a, não a culpo, ela coitada em menos de 2 anos já tinha mudado de escola somente 8 vezes, será que é possível? Sofria muito com tudo aquilo também ela era muito jovem, a ausência do meu pai, fazia ela chorar e sofrer muito, então era tudo extremamente difícil.
Isso é um exemplo de como as coisas iam por lá. Meu pai, na época mandava equivalente a R$1800,00 por mês pra nós, todos os meses, mas o dólar na época estava em torno de R$3,00 a R$4,00 então não dava mais do que US$600,00, era o aluguel...
Agora, imagina nós que a vida toda tivemos um padrão de vida classe-média no Brasil, crianças, tínhamos de suportar todas essas necessidade, lazer pra nós não existia, para pesar mais ainda, nesses 6 meses nos passamos o pior inverno dos últimos 50 anos, realmente foi pesado. Então nem sair de casa rolava. Eu ainda trabalhava tirava uhns 250 dólares por mês, mas eu investia tudo em peças de computador e pagava a internet... e o telefone, lanchava na escola...
Depois desses seis meses de sofrimento, voltamos para o Brasil para passar as férias, foi a melhor que eu já tive em toda minha vida, nunca esquecerei dela. Mas não vem ao caso.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O encantamento

Segunda Postagem

O encantamento

Eu estou escrevendo meio resumido, mas a importância disso tudo é lembrar os detalhes e de como tudo aconteceu, que não quero que isso deixe de ser registrado foi muito interessante minha vida nesses anos.

Olha dizem que os EUA é o melhor país para se morar. E realmente, puxa vida, que lugar irado, velho cheguei em NYC, meu que aeroporto imenso, via mar, manhattan, muito louco tudo aquilo. De lá o que mais impressionava eram os Elevados, cara, que loucura, vc saia do aeroporto sinceramente aquilo tava a uhns 40 metros de altura o hangar principal, você saia de lá eram um mundo de elevados que davam acesso ao aeroporto uma loucura, eu olhava para baixo via 3 níveis de pista, uma lá em baixo pista duplicada uma no meio pista triplicada e a minha que era uma via apenas elevada com uma mão apenas, e lá há uhns 200metros tinha o outro sentido, e aquele mundo de carro. Aquilo me deixou louco.
Caralho esse lugar é muito massa. Bom então viajamos por aproximadamente 3 horas até Connecticut, é mais ou menos a distância de Goiânia a Brasília um pouco mais longe. O maneiro, era a 195, pistas triplicadas por cerca de 230km nunca tinha visto uma diversidade tão imensa de veículos, era incrível, nenhum carro repetia o outro. Todos eram diferentes, aquilo demonstrava o poder econômico que aquele país tinha. INCRÍVEL, a partir daí me fez despertar o interesse por entender toda aquela dinâmica. Estava eu no segundo centro econômico mais importante dos EUA e com certeza o segundo centro econômico mais importante de mundo. Então, eu tinha chegado na metade de dezembro mais ou menos, isso me deu tempo suficiente para conhecer alguns lugares lá. Então, eu fui conhecer vários lugares, viajei por Connecticut conheci Heaven uma cidade onde ficava a universidade de Yale. Meu que loucura... cara pirante os museus a universidade tudo muito louco, depois desse fim de semana lá. Eu fui para casa de uma tia minha que já morava lá a uhns 2 anos. Lá eu comecei a viajar junto com o marido dela, um cara muito louco lunático, mas gente boa. Sabe o que eu observei, que os americanos não conseguiam explorar os imigrantes economicamente, então havia toda uma exploração econômica entre os imigrantes, ele certamente tinha um trabalho, ele importava CDs brasileiros e fornecia para as lojas brasileiras, viajavam cerca de 400-600 km por dia entregando CDs e ao mesmo tempo minha tia, estava começando um negócio de tele mensagem, então ele distribuía os cartões de tele mensagens nas lojas e padarias de brasileiros e imigrantes latino-americanos. Esse negócio deu tão certo que até hoje minha tia está com ele, sobrevivendo disso, a lógica é bem simples “todos tem vínculos com seus países, então precisam ligar, enviar mensagem de saudade, para seus parentes no seu país de origem”. Outra coisa interessante era que, todas as cidades e vilas pequenas cidades a beira da rodovia possuíam lagos, e rios, e o melhor tudo preservado, nada tinha sido destruído e não se poluía seus rios, não se via “pobreza como aqui”, eu pensava cara esse país é uma loucura.
Mas como todo imigrante (diria vítima) passa por esse processo que passei, talvez alguns fiquem no meio dele, mas ele se resume em três etapas. O encantamento, a insistência e o descontentamento tardio. Ao longo desses capítulos que contarão resumidamente meus últimos seis anos de vida irei explicar como esse processo desenvolve.
Bom até então estive em contato apenas com comunidades brasileiras, o único americano que conhecia era o namorado da minha mãe, meu inglês era pouco desenvolvido ainda, eu podia entender a maioria das coisas, mas a insegurança não deixava ele prosperar.
Depois de alguns dias, fomos pra cidade onde eu iria morar com minha mãe, irmã e uma amiga dela o qual a batisei de minha 3ª mãe, hoje lembro da Magda e recordo tanta paciência que essa mulher tinha.
Meu primeiro dia na Escola, puta merda eu tava com um medo de começar no 1º ano, cheguei lá, eles disseram olha pela sua idade e sabemos que o ensino no Brasil é bem mais avançado, vamos coloca-lo no 3º ano. CARAMBA QUE FELICIDADE ahuaheuhaeuhahueh.... do 1º ano reprovado no Brasil pro 3º ano, mas lembre-se pros desinformados que o 2º grau nos eua são 4 anos letivos, então, se eu continua-se em 1 ano e meio estaria formado ;D.
Bom pra mim isso foi uma motivação imensa... huhu burlei uma tragetória tão comum na vida de tantos. Mas não seria fácil, bom no início foi foda, mas depois... minha opinião a respeito do ensino nos eua se resume a uma pequena fraze “é uma escola pra retardados” de tão fácil que era.
Vou apenas explorar muito pouco dessa faze da minha vida, porque nela não foi muito legal, acho que vou contar algumas coisas, e depois vou explorar o que eu observei no comportamento dos estudantes de lá. Caramba espantoso! Huuhuh muito legal kra!
Como de fato, inglês pra mim era um desafio, não tão difícil tinha uma expert em casa minha mãe estava estudando MBA International Trade em uma universidade boa a 200km de lá, então ela sakava inglês de mais, só que o problema é que ela não parava muito em casa, vivia trabalhando muito estudando muito e coitada, não eram fáceis as coisas pra ela.
Minha primeira amizade foi com uma galera brasileira, me enturmei com eles. Não tinha com quem inturmar... bom, o que percebi é que tinham dois grupos um de crentes, que odiavam o que eu participava, e o q eu participava, tinha umas pessoas boas, mas a sua maioria, meu eram uhns caras muito loucos, a parada deles era pegação, fumar um, sair beber e fazer muita zuera... estudar nem pensar... kakakak vou começar a introduzir o comportamento receptivo dos americanos.

Minha primeira Aula. Chemestry Class, with Mr. Z. cara o nome dele era muito complicado, mas foi o professor que eu mais gostei. Então né, eu diante do desespero filho da puta, não entendia muito estava no segundo semestre, precisava ligeiramente aprender inglês e saber ao menos fazer uma prova e tirar um B... ou talvez um C pra passar... Tinha um cara que perguntava muito e se fazia de inteligente, o que ele era realmente, eu pensei... esse cara pode me ajudar vou pedir ajuda pra ele, então no final da aula... cheguei nele e perguntei, com meu inglês excelente, “hi, can u help me learn english maybe i go to your house and you help me” a resposta dele foi bem seca, FUCK YOU I NOT TEACHER TO HELP U GET THE HELL OUT OF HERE!! Bom isso tudo eu entendi tão claramente, pensei, caralho achei que as pessoas eram mais receptivas. Que ingenuidade.
Por sorte, eu não sabia, mas tinha um brasileiro na sala, e ele chegou e falou pra mim, cara o que você está fazendo, ninguém ajuda ninguém aqui não, bora, deixa eu ver qual que é a sua próxima aula... eu nem lembro qual era, mas só sei uma coisa, aquela escola era imensa... muito grande mesmo tinha 6 mil alunos.
Então perambulei por lá por mais 6 meses até que acabou o 3º ano, o Junior Year lá e voltei para o Brasil.
Mas antes de concluir esse capítulo tem duas conclusões que tenho que dizer que tirei de lá:
Eu tenho que explicar como eram os grupos sociais que existiam lá, o que me impressionava, etc.
Ali percebi muitas coisas, uma delas era a xenofobia que existia entre os estudantes, ninguém se misturava, eram muito preconceituosos, racistas e principalmente em relação à etnia. Haviam vários grupos de estudantes e ninguém se misturava, pelo contrário era uma constante guerra e brigas de gangues que eram separadas por países. Tinham poloneses, tibetanos, Latinos americanos, exclui-se desse grupo os brasileiros e mexicanos, Albaneses, chineses, indoneses, italianos, alemães, negros americanos e brancos americanos, que eram raro de saber.
Na verdade os americanos não eram raros, mas todos eles descendiam de alguma raça e acabavam sendo estereotipados de algum país. A não posso esquecer dos JEW (o que eu mais ouvia I hate Jews) que são os judeus. E nessa incrível diversidade de nações, havia um conflito ainda maior o econômico, essa região que eu morava tinham pessoas muito ricas e muitos imigrantes que iniciavam sua vida ali, então era simplesmente uma grande zorra!! A direção da escola estava simplesmente transtornada. Bom então eu tentava sobreviver nesse ambiente hostil. Eu não curtia muito os brasileiros, mas os suportavam porque sem eles, meu eu tava lascado. Fiz amizades também com os tibetanos, digamos os africanos, eles eram tão gentis, era impressionante, quando fazia aula de inglês com eles, era muito legal. Eu os ajudava muito porque meu desempenho em relação a eles era muito maior, muito deles viam, e não sabiam ler nem escrever, era realmente difícil para eles se alfabetizarem em uma língua estrangeira, ajudei eles bastante.
Além de estudar eu arrumei um emprego onde a maioria dos brasileiros que estudavam comigo trabalhava, então fui trabalhar na Dominu’s Pizza, foi uma experiência formidável, eu trabalhava com os brasileiros e Indianos, era uma loucura. A cidade onde eu trabalhava era como Goiânia e Aparecida de Goiânia, bem colada, de onde eu morava, eu morava em Standford, CT a cidade que eu trabalhava era em Greenwish, CT, se alguém tiver dúvida a respeito da localização procura no google earth é bem legal. Bom a cidade de Greenwish era a 2º cidade mais rica dos eua, só perdia para Holywood, huahauha, meu você não entende, uma pizza na lá custava 40 dolares....
Eu comia todo dia de gratis huhuh, e era horrível ela.. ahuhauah mas o que mais me impressionara era outra coisa, lá não se via carros sedan grandes como se ve muito em filmes, o que se via mesmo eram mercedes, audi, ferrari, lanbourguine, masserati, mustang, corvetes, e porshe muitos mesmo. Aquilo me deixava louco muito massa aquelas máquinas... fora as mansões, jesuis cristim! Foram 6 meses intensos, super- interessante.
Depois disso, eu aprendi inglês, voltei pro Brasil e em setembro mais ou menos voltei para lá iria começar uma nova vida, não iria viver mais em Stanford. Iriamos viver na cidade onde minha mãe estudava, Providence, RI(Rhode Island). Na próxima postagem vou mencionar como era dificil a vida da minha mãe.

Uma fuga desesperada

Vira e mexe aparece uma fraze que me faz refletir sobre a vida a última foi:

“Ao invés de viver duas vidas pela metade... viva uma vida por inteiro”.

Então depois de assistir duas vezes a esse filme que um dos personagens cita essa fraze, pensei a respeito, olhei ao passado e percebi que talvez eu não esteja vivendo uma vida apenas, mas esteja talvez tomando caminhos tão diferentes que no final estou com medo... “o que isso vai virar”, sei de muitas coisas, mas, de todas as coisas sei um pouco de cada.
Antes de tudo quero explicar as decisões da minha vida. A primeira decisão da minha vida, que embora tenha sido “uma fuga desesperada” mudou bastante o rumo dela e creio que sem essa decisão, não teria obtido grandes vitórias que hoje me orgulho.
Então começarei com ela.

Primeira postagem:
Uma fuga desesperada

Me encontrava sem rumo, então pensei na fuga, mas antes quero explicar o passado.

Minha família a cerca de um ano havia se desestruturado, separação, etc, muita briga, mascaras e mais mascaras caíram da face de entes que tanto amava. Pra mim aquilo era um tremendo choque. Vi dali atitudes que jamais esperava sair de pessoas que eram exemplos, nas quais me deixaram loucos, um querendo passar a rasteira no outro, em fim, a pior de todas foi eu de vítima em um momento em que minha mãe liga dos EUA e avisa seu ex marido que estava nos EUA com a minha irmã, apesar de eu saber de tudo, não sabia o que fazer, de um lado dizia não conte ao seu pai, se não jamais vai funcionar, e meu sonho vai desabar “Felipe”, do outro após a notícia “como você pode fazer isso com seu pai” bom mas isso passou, então, o restante, eu e meu pai superamos essa faze e criamos um vínculo de amizade hehe.
Viajamos para Bahia passamos dias juntos conversando e eu conhecia o lado sem vergonha do meu pai que realmente justificava a separação dos dois, bom, até ai tudo bem, fazer o que. Mas esse foi a primeira vez que realmente conheci meu pai, jamais tinha me aproximado de tal forma com ele, foi bom, a viagem foi boa, voltamos e ai a parte difícil começou, conhecer meu pai me parecia legal, agora ser educado pela forma dele não entrava pela garganta, ele nunca tinha se quer feito esse papel, então foi um processo bastante duro, ele é do tipo pavio curto, impaciente, e exigente.
Bom, disso tudo resultou em duas coisas legais, ter viciado em counter-strike, no que provocou outras mudanças, e segundo, ter após um tempo culminado na minha fuga desesperada.
A parte do CS pros viciados, é que, eu me tornei digamos uma pessoa popular por conta de uma idéia brilhante, criei a “Comunidade Goiana de Counter-Strike” #CSgyn no ápice do mIRC BRASnet. Me tornei popular entre essa galera, freqüentava lan-houses simplesmente chegava nos donos da lan-house e dizia veja bem me deixa jogar de graça que eu loto sua lan-house, no começo eles não acreditavam até que um dia levei 60 pessoas pro “Ircontro” em uma lanhouse aqui em goiânia, o mais legal, era freqüentar a sala vip na XISS (nem lembro como escreve isso), pó pra época, início de segunda metade de 2002, essa sala tinha projetor de vídeo, monitores com lcd de 17 polegadas, era animal.
Nesse mundo alternativo fiz muitas amizades conheci muitas pessoas, fiz bastante contatos, fui muito bajulado. Tive uma experiência de liderança muito interessante. A parte boa é que conheci uma galera super animal, excelentes amigos, e que até hoje fazem parte da minha vida e do graças a deus de terem os conhecido.
Então, eu me ocupava praticamente o tempo todo com esse canal de mIRC, era bem legal, mas me esquecia de outros detalhes, que eu estava no Dinâmico, estudando no primeiro e ano. E minhas notas como reflexo da dedicação nos estudos estavam bastante baixas, caramba e quanto mais passava o tempo mais complicado era para recuperar, então chegou um momento que desisti realmente.
Do outro lado, eu e meu pai não nos suportávamos, era complicado, ele tinha razão, mas eu o culpava pela separação e não assumia nada dos meus compromissos com os estudos. Morava eu meu avô e minha avó, meu pai viajava frequentemente então eu aproveitava sua ausência e ia pra lan, afinal nem grana eu precisava, jogava de graça o tempo todo. Hauhauahauh :D.
Daí não é muito difícil de adivinhar, em novembro aproximadamente já nem tinha chances de passar o primeiro ano então, simplesmente parei de ir pra aula. Kkkkkkk... faltava frequentemente, ficava durmindo e sofrendo com a ausência da minha mãe, irmã.
Bom meu pai então com seu jeito grosseiro de ser quis demonstrar como seria minha vida sem estudos, me trouxe pra fazenda e disse, “agora você vai ralar ai e ver como é viver na ausência do conhecimento.” Pô, a sua bondade era tão grande que ao invés de me por pra ralar, me ensinou a dirigir, meu serviço era ajudar em desamarrar os sacos de adubo, e buscar comida pros peões, caramba, a única coisa ruim era que o adubo corroia muito os dedos e machucava minha mão, mas sei depois de um tempo criei aquela casca protetora, em fim foi interessante. Bom depois de dias e dias de chuva, insistência no plantio finalizamos ele em 35 dias eu acho... hoje em dia ele é feito em 20, ou até menos kkkk.
Depois disso, tivemos algumas brigas, nem lembro por qual motivo, mas no final o que vocês já imaginavam vazei pra morar com minha mãe, lá eu sabia que a escola poderia me adiantar e eu terminaria o segundo grau bem mais rápido que aqui no Brasil, e nem ia precisar esforçar tanto como aqui.
Então lá foi o Felipe pros EUA no inverno.