quinta-feira, 24 de abril de 2008

Uma breve explicação rudimentar da Crise Sub-prime

Pequena introdução à Crise Sub-prime

De antemão vou explicar o termo sub-prime. Prime em inglês significa “First in rank or degree”, primeiro em classificação, ou graduação. Em outras palavras, de primeira linha. Então, naturalmente deduz sub-prime, abaixo de primeira, em outros termos, segunda classe.  Então denominaram o mercado de segunda classe, ou digamos, de maior risco. A partir daqui irei explicar suas características, e demais informações necessárias para entender essa crise.

Deve-se destacar sobre a crise uma Lei que coibia a discriminação de renda como forma de barrar empréstimos a pessoas sem comprovação de renda. Nesta condição o mercado Hipotecário de sub-prime em 1995 iniciou. Em outras palavras, as empresas não podiam negar crédito a pessoas que não tinham como comprovar renda, então criou-se o mercado sub-prime sob tais características:

·         Baixa rigidez com o credor

·         Não exigência de renda

·         As taxas de juros exercidas nesse mercado eram superiores ao mercado Prime, indexadas as taxas de juros de curto prazo americano.

Como este mercado obtinham maior risco, os corretores recebiam de 1% a 3% a mais em comissões do que o mercado prime, causando então maior atratividade para que as imobiliárias e empresas de crédito especializassem nesse mercado, já que seu retorno era amplamente mais atrativo. Em consequência, os grandes fundos principalmente asiáticos investiram massivamente neste mercado, pois, seu rendimento em relação aos demais fundos eram bem maiores. Sendo assim, seus títulos no mercado secundário tinham rendimentos de 3% a 5% maior que os títulos Prime.

Até ai tudo bem, tudo corria bem, o mercado estava aquecido os imóveis estavam subindo, a construção civil em alta, mas infelizmente, sob outros problemas o FED a partir de 2005 elevou a taxa de juros americana de curto prazo 17x consecutivas de 1% a 5,75% em um prazo de 1 ano e meio. Como a maioria dos empréstimos do sub-prime eram indexados a taxa de juros de curto prazo do FED, o nível de inadimplência aumentou drasticamente em um curto período de tempo, em contrapartida,  o super aquecimento do mercado elevou muito o preço dos imóveis, a alavancagem da taxa de juros  de curto prazo abrupta despencou o preço dos imóveis devido a inadimplência, o que aumentou demais a oferta de imóveis, além daqueles que já estavam em construção.

Se você parar para pensar, imagine, você adquiriu um imóvel quando a crise estava em meados de acontecer, os preços dos imóveis estavam 200% valorizados, você realiza um empréstimo para financiar sua casa, derrepente, os preços dos imóveis caem cerca e 30%, mesmo se você vender sua casa, você ainda ficará devendo 25% do emprestimo, a taxa de juros em que o empréstimo está atrelado está elevando e os valores das prestações. Então para você não se enterrar pensa em vender seu imóvel, mas não só você mas como todo mundo teve a mesma ideia, gerando baixa liquidez nos imóveis o mercado afunda ainda mais os preços dos imóveis, e você adquire um dívida estrondosa. A Inadimplência aumenta, e os fundos financiadores dos riscos perdem seus rendimentos, os investidores resolvem vender seus títulos, mas ninguém está disposto a comprar, os preços dos títulos despencam, e ai os prejuízos bancários, e dos investidores ocorrem.

Desde então os grandes fundos do sub-prime começaram a perder liquidez e toda essa crise gigantesca está afetando o dia a dia dos mercados mundiais, os bancos estão obtendo prejuízos imensos, a economia americana está desacelerando rapidamente.

Rudimentarmente essa é a crise sub-prime!

Um comentário:

Ana Vaza disse...

Explicação clara e sintética. Que aguça o gosto de desenvolver o conhecimento nesta matéria.